domingo, 18 de dezembro de 2011

- História da Proibição -

Em 1919 com a proibição do álcool nos EUA, o que também não acabou com o consumo do mesmo, o que diga-se de passagem, só aumentou seu preço e diminuiu sua qualidade, houve um 'boom' da maconha, e o surgimento de 'coffe shops' que a vendiam. Após a crise de 1929 o desemprego estava em alta, então como forma de se livrar dos imigrantes que disputavam vagas de emprego com os cidadãos americanos e faziam uso da erva, o governo americano proíbe a maconha. No governo americano, quem tomava a frente da batalha contra o cânhamo era Henry Anslinger, que inicialmente reprimia o tráfico de rum que vinha das Bahamas, mas ao ver a antipatia do povo pela maconha usou disso para crescer na política, Anslinger usou o proibicionismo como sua bandeira e fez de tudo para convencer as pessoas de que a maconha era má, grandes mentiras foram disseminadas e verdades distorcidas. Com a falta de emprego o aumento da criminalidade foi inevitável, mas a maconha foi culpada e taxada como uma droga perigosa que descaracterizava o usuário e o fazia perder sua personalidade, tornando-se uma pessoa agressiva e descontrolada. De uma hora para outra Anslinger se tornou responsável pela política de drogas do país. Além da sede pelo poder, Anslinger tinha outros motivos para ser contra a cannabis, era casado com a sobrinha do dono da gigante petrolífera Gulf Oil e um dos principais sócios da Du Pont, nos anos 20 a empresa estava desenvolvendo inúmeros produtos a partir do petróleo: aditivos para combustíveis, plásticos, fibras sintéticas como o náilon e processos químicos para a fabricação de papel feito de madeira, esses produtos tinham uma coisa em comum.. disputavam a produção com o cânhamo.
Outro grande aliado de Anslinger e incentivador do proibicionismo foi Hearst, dono de uma imensa rede de jornais(inspiração de Orson Welles para o filme Cidadão Kane) tinha grande influência nos EUA, possuía terras onde plantava eucalipto e outras árvores usadas na produção de papel e odiava os mexicanos, ou seja, motivos de sobra para querer a proibição da maconha. Hearst usava seu jornal para espalhar as mentiras inventadas pelo grupo que apoiava o proibicionismo e certamente, sem a sua ajuda teria sido difícil Henry Anslinger obter sucesso. Então, em 1937 os deputados votaram pela proibição do cultivo, da venda e do uso da cannabis, sem levar em conta as pesquisas que afirmavam que a substância era segura. Proibiu-se não apenas a droga, mas a planta. O homem simplesmente cassou o direito da espécie Cannabis Sativa de existir. Anslinger também atuou internacionalmente, criou uma rede de espiões e passou a freqüentar as reuniões da Liga das Nações, antecessora da ONU, propondo tratados cada vez mais absurdos e usando os mesmos argumentos lamentáveis que funcionaram para os americanos.
A proibição foi virando uma forma de controle internacional por parte dos Estados Unidos, especialmente depois de 1961, quando uma convenção da ONU determinou que as drogas são ruins para a saúde e o bem estar da humanidade, portanto, eram necessárias ações coordenadas e universais para reprimir seu uso. Isso abriu espaço para intervenções militares americanas, virou um belo pretexto para entrar em outros países e exercer seus interesses econômicos e políticos. Depois de 32 anos a frente da FBN(Federal Bureau of Narcotics), Anslinger foi demitido por John Kennedy, por ter ignorado os estudos onde comprovavam que a maconha é inofensível e ter mentido sobre seus resultados. Então, Richard Nixon assume a presidência e deixa ainda mais severa a lei e declara "guerra às drogas", e criou o DEA(Drug Enforcement Administration) para isso, um órgão ainda mais poderoso que o FBN, porque, além de definir políticas, tem poder de polícia. E assim a maconha segue proibida, mesmo com inúmeros estudos que mostram como é menos perigosa do que drogas legais e como seus benefícios e utilidades superam qualquer outra planta..

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